segunda-feira, 29 de junho de 2009

Calo

De que me valem os poemas de amor
Se não matam minha fome ou minha sede
Se não me servem de cama nem de rede
Se não podem carregar a minha dor?

Por isso falo em fogo
Na roupa e na cabeça
Por isso falo em mosca
Na sopa e na canção
Por isso falo em pedra
No sapato e no caminho
Por isso falo em vinho
No inverno e no verão.

Depois me julgam louco
Por conta do que falo
Não vendo que em meu peito
Lateja um grande calo.

Por isso calo.

.vernon bitu.

2 comentários:

  1. Eu tenho um Poema bem parecido com esse (:

    Em alguns momentos, os Poemas de amor me servem como aperitivo, mas geralmente me deixam com água na boca.

    Espero que esse calo suma de seu peito e brote um sentimento gigantesco, que teimam em chamar de amor, e eu creio que seja muito mais que isso :D.

    =*

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