sexta-feira, 17 de julho de 2009

Nada me veste tão bem como a nudez

Nada me veste tão bem como a nudez
quando da fome me alimento
da sede me hidrato
e da desilusão fantasio as mais estonteantes quimeras.

Daí eu bebo as bocas que me beijam
e a cerveja que tanto beijo
na verdade é quem me bebe
sendo eu a razão de qualquer embriaguez.

E se a tosse já pensa em sua maldade
Eu peço ao cigarro que me traga
Que me traga um pouquinho de vaidade
Toda vez que eu teimo em ser fumaça.

Quando o vento sente inveja do meu ser
Sou amante de brisa e ventania
O ciúme de todos fumo e bebo
Cuspo dentro do cinzeiro da euforia.

Se o sol vem curar minha ressaca
Ou a morte vem bater em minha porta
Minha alma se dissipa pelos ares
Mas jamais minha poesia estará morta.

Pois sonho a razão de eu ser real
E a loucura embasa a minha sensatez
A melhor das minhas caras é de pau
E nada me veste tão bem como a nudez.

Um comentário:

  1. ...um trem fumaçando e eu preocupado com o meu morcego João...
    "nada me veste tão bem como a nudez"... a melhor das melhores de todas as melhores das melhores!!!

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